Um tento da minha vida!

Querendo ser quem eu sou;

Sentindo ser o que sou;

Sabendo tudo o que sei!

Sorvendo a seiva da vida;

Cevando o verde da esperança;

Cultuando o Pampa desde piá!

Gineteando no lombo do tempo;

Maneando a tristeza e deixando pra lá;

Aprendendo na lida a cultivar!

Escutando os mais velhos;

Ajudando no que dá;

Sempre fui assim, desde piá!

Meu avô, em prosa, verso e viola;

Meu mestre de Terno de Reis;

Meu amigo, meu pai e meu irmão!

Me criei lá fora, perto donde mora o Bugio;

Saindo a caçar tatu, com o cusco de sobreaviso;

Voltando de madrugada, tapado de pega-pega!

No dia seguinte, tudo é diversão;

Minha avó ferve a caça, prepara de coração;

Comer farofa de tatu e contar o fato ao irmão!

De manhã cedo ir na escola;

Voltar com fome pra casa;

Cortar lenha pra fazer brasa!

Minha tia que muito me ensina, me passava a lição;

Aproveitava o que eu não sabia, pra já tinha a explicação;

Muitas noites mal dormidas, reside em meu coração!

Se volto um pouco no tempo, de quando era piá;

Só lembro de coisas boas, um lugar bom pra morar;

Só sinto passar o tempo, não podendo voltar pra lá!

Comendador Leandro Coimbra
Enviado por Comendador Leandro Coimbra em 11/10/2010
Reeditado em 31/01/2011
Código do texto: T2551326
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