SOCORRO EM SILÊNCIO

Em silêncio

Eu pedir socorro,

Fazendo uso

De um grito mudo,

Sem se quer ter o direito

De fazer alarde,

Com receio de ficar tarde

E não ser ajudado,

Já que toda vez

Que tentei explicar,

Eu não fui compreendido.

Em silêncio

Eu pedir socorro,

Em minha quietude...

Por não desejar

Enxergar

Essas imagens deformadas,

Distorcidas,

Por consequência

Dessa doença progressiva,

Que torna minha córnea

Irregular.

Eu pedir socorro

Em silêncio,

Sem fazer alarde,

Sem querer assustar.

Com essa doença

Eu era tão sozinho,

Ninguém me entendia.

Pedir para ser notado

Tornando perceptíveis

Minhas dificuldades,

Por gestos,

Por ações...

Calado por fora,

Mas gritando por dentro,

Tudo isso,

Porque eu precisava

Ser ajudado

Pois, já não aguentava,

Viver com ceratocone.

Augusto Pereira
Enviado por Augusto Pereira em 28/08/2022
Reeditado em 28/08/2022
Código do texto: T7593099
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