Espelhos e Palavra

A verdade é dita,

não é entregue.

Ela manca em suas aparências

E desescreve olhares com entrelinhas

- óvulos à espera da fecundação - .

O que digo são espelhos e curvas.

Uma reta é óbvia demais

para caber nuvens e cargas de sal.

Nas curvas se encontra o infinito:

dormência de paralelos,

fogo para os iniciados da Palavra.

Queimo entre as aspas temporais

Para exclamar minhas frases e bandeiras.

A parede de cristal se quebra:

Esparramam-se letras no livro Aramaico,

Código de clãs

Escritos genéticos de eternidade.

A verdade?

Está dita.

Ruberval Cunha
Enviado por Ruberval Cunha em 27/01/2006
Código do texto: T104598