Espelhos e Palavra
A verdade é dita,
não é entregue.
Ela manca em suas aparências
E desescreve olhares com entrelinhas
- óvulos à espera da fecundação - .
O que digo são espelhos e curvas.
Uma reta é óbvia demais
para caber nuvens e cargas de sal.
Nas curvas se encontra o infinito:
dormência de paralelos,
fogo para os iniciados da Palavra.
Queimo entre as aspas temporais
Para exclamar minhas frases e bandeiras.
A parede de cristal se quebra:
Esparramam-se letras no livro Aramaico,
Código de clãs
Escritos genéticos de eternidade.
A verdade?
Está dita.