Talvez seja hora de voltar à estrada

A inquietude que tenho,

apertada no peito

me deixa assim, sem jeito

com essa sensação de fracasso,

de fazer o que não devia ter feito.

De nunca estar satisfeito

com aquilo que faço.

Quantas mentiras me foram verdade?

Já nem sei no que me transformei,

me mudei, de cidade em cidade

e o que sou, ainda não sei.

Procurando o que nunca encontrei

quase nada também conquistei,

Quantas verdades jurei serem falsas?

tantas mentiras que eu condenei,

e que nunca aceitei,

se tornaram verdades

pelas quais eu lutei.

Ah, essa inquietude da alma

inimiga, amiga

sempre arruma uma briga

que não consegue ganhar.

Talvez seja hora

de voltar à estrada,

com a mala rasgada,

mas de alma lavada

de quem sabe que enfim

é seu jeito de ser,

e não poderia viver

se não fosse assim.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 04/09/2008
Código do texto: T1161492
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