Liberdade de Fim de Tarde

Quando uma música tocar,

você deve parar para ouvir.

São esses sons amedontrados

Que transfiguram um coração

Desnorteado, sem motivo,

Esquecendo a quantidade

Medindo certo em copo errado

Com nome estranho: liberdade.

E se cada prazer da vida

Traz consigo uma moral

Toda coisa desinibida

É sandice de carnaval

E se tudo que é "importante"

Não entrar na sua cabeça

Corre despressa, abre a esteira

Espera pela chuva de quem tem sede

Escondendo memórias atrapalhadas

Que te seguem nessa estrada

Mesmo que você não queira prosseguir.

Mas a vida é sua: ata a rede!

Que a cama está muito quente a esta hora

E se o sonho em si demora

Tem pássaro negro atrás de ti.

Mas não chores, é boa a hora

Que austera é a nuvem que nos sonda

No entanto desse barco a gente não tomba

Que não há boto por aqui.

Emanuele Valente
Enviado por Emanuele Valente em 19/09/2008
Código do texto: T1186640
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