[Re]Encontros para o bem
Não há, na vida, um exato tempo certo para certas coisas acontecerem
Elas, para ser mais preciso, vêm apenas na espreita, para surpreenderem
De maneira nenhuma, preocupam-se em nos pedir licença, em nos alertar
Chegam logo invadindo os espaços, os sentimentos, nos fazendo pensar
Algo assim, revelo, ocorreu para mim há exatas duas semanas e me marcou
Quando, sem intentar, um [re]encontro aconteceu e algo mágico se aflorou
Foram olhos que se olhavam; bocas que se sorriam; empatias reais e plenas
Tudo tão natural, tão espontâneo, tornando as distâncias emotivas pequenas
O grande fato é que éramos, na ocasião em questão, meros estranhos-conhecidos
Havíamos nos visto em duas distintas situações; ambas sem diálogos desferidos
Na verdade, ela recordava-se unicamente “do menino com o seu preto violão”
Já eu, apenas “da amiga da amiga que vi na foto e que me despertou a atenção”
Porém, nada disto se fez valer no instante em que estávamos ali, a nos envolver
Entrelaçados por encantos cruzados; pelo prazer de um no outro se reconhecer
O ápice disto ocorreu quando decidimos nos rever num recanto da Praia da Bica
A sinceridade foi tão pura, a pureza tão sincera, que o carinho veio sem súplica
Queríamos, por lá, somente alcançar o que possuía no íntimo do Eu de cada um
Desvendar, no momento, ao menos superficialmente, o que tínhamos em comum
Nesta viagem às nossas essências existenciais, deparamos-nos a um espelho aural
Enquadrando o reflexo meu no dela e o dela no meu, numa experiência sem-igual
E foi sob as luzes multicoloridas de seu prisma que o meu viver ganhou nova cor
Cores múltiplas, melhor dizendo, já que é no amálgama do tudo que há real valor
De agora em diante, tomei como meta lhe proporcionar toda forma de felicidade
Maravilhoso será ouvir da voz calada de seu beijo que há nisto uma reciprocidade
Sentindo-nos dois-num-só, pela troca energética que juntos coordenávamos
Pudemos criar uma ímpar vinculação, bem mais forte do que imaginávamos
Esta união selou, então, o encontro entre gêmeas almas; entre dois seres também
Não resta dúvida: entre nós, Pris, todo reencontro viável será sempre para o bem