PÉTALAS DE SILÊNCIO

*Fanny*

Sentei-me numa nuvem, acendi uma estrela

Sorri… e os olhos da Lua pestanejaram

no rosto solitário da noite.

Escutei o silêncio do luar…

violinos e cítaras da alma entoaram

cânticos enfeitiçados de galáxias longínquas...

Ternuras entrelaçadas…sonhos suspensos

num tempo perdido sem memória…

Ainda vislumbro nos interstícios do vento

fragmentos sublimes da nossa história...

Sinfonia de versos coloridos que um dia declamaste

no palco de tantas quimeras imaginadas...

Sinto até a poesia perfumada de lírios e magnólias

que semeaste no jardim secreto dos meus pensamentos…

Os meus passos querem seguir os teus...mas em vão!

Apago a estrela da esperança…apago o sol da Lua.

Escorrem agora pétalas amargas de silêncio

nas pálpebras sombrias da madrugada.

Vagueio assim sem ti pelos horizontes azuis do Tempo

esperando que a Primavera dos teus versos

se aninhe de novo nas minhas mãos mansas de vento.