O filósofo que conheci

Filósofo, palavra bonita,

palavra atraente,

e desconhecida.

Palavra surgida

no fundo da mente.

Ele não conhecia a palavra,

mas falava bonito

e sua palavra era um grito

que não se podia calar.

Tinha na sua verdade

o poder de falar o que quisesse pensar,

mas não conhecia a palavra.

Filósofo do coração,

sozinho por opção,

sua felicidade era falar.

E falava bonito, despistando a razão.

Pois não conhecia a palavra.

Escrevia também,

e escrevia bem.

Questionava os porquês

com erros de português

e sem muita concordância,

era essa sua ânsia.

Afinal, não conhecia a palavra.

Foi filósofo da vida

aluno de estrada,

de chegada e partida.

De pés calejados e unhas roídas

não frequentou as escolas,

não queria as esmolas

de palavras fingidas.

Mal conheceu a escrita,

essa coisa esquisita

que lhe queriam ensinar.

Preferiu declamar

sua própria verdade,

com tal simplicidade

que o seu empirismo

tinha tanto lirismo

que deixou-me saudade.

E ele não conhecia a palavra.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 21/10/2008
Código do texto: T1241010
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.