Noite a dentro

Noite adentro rabiscando bobagem

nessa eterna viagem,

de tentar te escrever

cada palavra que, tolo

nunca soube dizer.

O poema de amor que tentei

escrevi, rasurei! E rasguei.

Como falar-te de amor

quando, acometido da dor

noite adentro avancei.

Cada palavra escrita,

cada folha amassada

de palavra não dita

na lixeira jogada,

Como escrever-te palavras bonitas

nessas noites malditas

que não consigo dormir?

Noite adentro enchendo o lixo,

entre quatro paredes, fechado,

sonâmbulo estressado,

encurralado, um bicho.

Então desisti!

escrevi tão somente

a tristeza latente

da solidão que senti.

Essa solidão arraigada em minha alma,

em outra noite sem calma

outra noite sem ti.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 09/11/2008
Código do texto: T1273892
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