Meu amigo imaginário que nunca pode crescer

Caminhei no sentido do vento,

quase ouvindo um lamento

que não queria ouvir.

Conversei com um ser imaginário,

que um dia guardei no armário

das minhas recordações.

Aquele amigo criança

é hoje apenas lembrança

do que deixei de viver.

Tentando buscar uma história,

no fundo da minha memória

abri meu baú de brinquedos.

Senti na ponta dos dedos

as alegrias e todos os medos

do menino passado.

lembrei de todos segredos

que o menino tinha guardado.

Então deixei tudo fechado

naquele baú de brinquedo.

descobri que ainda era cedo

para ficar voltando ao passado.

E aquele amigo imaginário,

que nunca pode crescer,

mudou-se do meu armário,

até então solitário,

para outra amizade viver.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 21/01/2009
Código do texto: T1396844
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