Jogo ao vento, mas o vento devolve

Tempestades ao céu,

joguei tudo pro alto..

Caminhei sozinho, ao léu

e como louco, tomado de assalto,

destapei-me do veu.

Aquele céu, já cinzento

completou-se com o vento

que atirei para cima

e foi toda esta rima

que permiti-me fazer.

Tempestade armada,

uma sinfonia engasgada

que eu teimo em cantar.

Como querendo espantar

cada vento que insiste em soprar

dentro do meu coração.

As janelas fechadas,

cada porta da casa, trancada.

Solidão estampada

em poesias que faço.

Um total descompasso

da ilusão e o real.

Tudo parece tão igual

Essa angústia, esse mal

que jamais se resolve.

Jogo para cima, ao vento,

mas o vento devolve.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 23/01/2009
Código do texto: T1400391
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