O Sol
Os braços hirtos apontam o céu.
O que procuram? A luz, talvez.
Debalde buscam; dirigem ao léu
a sua angustia e timidez.
O galho treme, entrelaçado
com outro galho, também carente
daquela luz que, alimentando,
dá vida à planta, seiva e semente.
Tal qual a planta, nós carecemos
da luz do astro, dela vivemos;
a luz e o fogo são nossa vida.
Sem sol, morremos; sem luz, cegamos.
É o destino que deparamos,
qual planta frágil, desprotegida.
Antologia Arcádica 2004