Eu
E eu que já não sou poeta
que já não tenho voz para clamar-lhe
eu, que apenas me resumo em minha insignificante humanidade.
eu que temo,
que choro como choram todos,
este misero mortal
fadado à putrefação
eu que já não tenho morada, apenas vago,
apenas busco uma lembrança qualquer,
eu, que apenas erro
de boca em boca em busca da tua,
que me perco em outros braços
em busca dos teus.
eu que já não canto,
que já não derramo versos em minhas lágrimas
eu que apenas espero
que caiam estrelas em teu sorriso longinquo.
eu, que apenas amo.