Eu

E eu que já não sou poeta

que já não tenho voz para clamar-lhe

eu, que apenas me resumo em minha insignificante humanidade.

eu que temo,

que choro como choram todos,

este misero mortal

fadado à putrefação

eu que já não tenho morada, apenas vago,

apenas busco uma lembrança qualquer,

eu, que apenas erro

de boca em boca em busca da tua,

que me perco em outros braços

em busca dos teus.

eu que já não canto,

que já não derramo versos em minhas lágrimas

eu que apenas espero

que caiam estrelas em teu sorriso longinquo.

eu, que apenas amo.

Michelle Angel
Enviado por Michelle Angel em 13/02/2009
Código do texto: T1437859
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