O pesadêlo real

Eis que me vejo ajoelhado

ao pé de mim mesmo,

sem pena, pequena ou grande;

é um martírio me castigar,

eu retrocedo do pó,

sem dó,

na dor da chibata.

O meu mundo é um semitério e baratas.

Então, me vejo,

o meu espelho carrasco,

erguer-se delirante.

Não há um pingo humano

em sua feição;

somente ódio,

negro fluído, nutriente das trevas.

Sua voz brada insistente:

Confesse! Confesse!

Não há como negar,

a consciência é multipolar.

Segue-se a carnificina,

emendade de luxúrias infantís.

Oh mente insana,

o pecado é teu pincel,

o mundo tua tela de lazer.

Que transporte à matéria,

um toque que seja, no real,

e te desfaço a culpa de existir.

Não há contentação,

Tudo é tão sujo!

Inquieto teimo em rejeitar.

Segue-se eternamente assim...

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 03/05/2005
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