As quatro faces do medo
O medo tem quatro faces,
então forma um quadrado,
não tente usar disfarces
se estás nele enquadrado.
Todos tememos fracassos,
somos o que possuímos,
desde dons a bens escassos
disputados com os primos.
Tememos ser rejeitados
como foi, por Zeus, Hefesto;
nos inconscientes estados
esse medo é manifesto.
Temos apego à vida
por maior medo da morte,
não por vida a ser vivida
seja alguém fraco ou forte.
Mas a mais triste verdade
não vem de destino ou fado,
medo da felicidade
é que nos causa enfado.
O medo forma um quadrado
rasgado por hipotenusa,
aquele que é bom bardo
sempre canta sua musa.
Mas se a musa se enquadra
na moldura da janela,
navio sai com esquadra,
musa vira aquarela.
Sonho não é realidade,
nem poeta simples tolo,
bauxita ou pedra jade
vem do barro do tijolo.
Garimpo tem ganga bruta,
disso sabia Platão,
na caverna, luz na gruta,
foi o primeiro poltrão.
Mesmo a filosofia
foi parida pelo medo;
só porque homem sofria
surgiu o primeiro credo.
Termina aqui o poema,
Deus ajuda a quem cedo
madruga! Caso a mão trema,
é porque já sinto medo.
O medo tem quatro faces,
então forma um quadrado,
não tente usar disfarces
se estás nele enquadrado.
Todos tememos fracassos,
somos o que possuímos,
desde dons a bens escassos
disputados com os primos.
Tememos ser rejeitados
como foi, por Zeus, Hefesto;
nos inconscientes estados
esse medo é manifesto.
Temos apego à vida
por maior medo da morte,
não por vida a ser vivida
seja alguém fraco ou forte.
Mas a mais triste verdade
não vem de destino ou fado,
medo da felicidade
é que nos causa enfado.
O medo forma um quadrado
rasgado por hipotenusa,
aquele que é bom bardo
sempre canta sua musa.
Mas se a musa se enquadra
na moldura da janela,
navio sai com esquadra,
musa vira aquarela.
Sonho não é realidade,
nem poeta simples tolo,
bauxita ou pedra jade
vem do barro do tijolo.
Garimpo tem ganga bruta,
disso sabia Platão,
na caverna, luz na gruta,
foi o primeiro poltrão.
Mesmo a filosofia
foi parida pelo medo;
só porque homem sofria
surgiu o primeiro credo.
Termina aqui o poema,
Deus ajuda a quem cedo
madruga! Caso a mão trema,
é porque já sinto medo.