Sumo do Prazer

Eu não sabia direito quem era ela mas anotei no papel.

O vinho tinto escoria-lhe pelo queixo e suavemente umedecia-lhe os seios.

Em meio a uma tensão sexual inevitável brindávamos Ilustres frenquentadores de bordel.

A gente da o que não tem e recebe o que não são capazes de nos dar.

De mãos dadas, entrelaçando os dedos ela parecia uma atriz em progresso naquele vil cabaré.

Vinho tinto, poemas sobre ópio, sementes de um fruto podre, filhos sem mães.

Vagamos pelo mundo e de vez em quando nos damos as mãos.

Nosso erro é jurar amor de mãos dadas...

Biografias sem fatos e alguns ainda fazem o sinal da cruz.

Sigo na vida como cidadão de terceiro mundo em busca de sexo, amor e vertigem.

Em busca de que? Em busca de uma eterna e incessante busca de nada em lugar nenhum.

Busco o caos exterior e a paz interior. Busco contradições, sou contradição!

Eu quero ser capa mas antes quero experimentar a embriaguês de ser contra capa.

Quem é ela não importa e o importante é que isso não importa.

Os dedos que entre mãos se entrelaçaram perversamente tocam os corpos que nus se fazem uno e santo.

As almas se afastam e se acomodam em um canto qualquer, afinal todo pecado merece perdão.

Da fruta tiro a polpa da puta tiro a roupa.

Um cigarro e vários drinques.

O orgasmo é o sumo do prazer.

VITOR ALMEIDA
Enviado por VITOR ALMEIDA em 23/06/2009
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