Mulher

Um dia quando eu era apenas uma pequenina semente no cosmo,

Tu me recebeste.

Eu fui crescendo até me tornar um embrião, um feto

E tu me alimentaste

E me acolheste com tanta ternura,

Que eu teria preferido ficar lá, a vir a este mundo,

Se tivesse sido consultado.

Mas um dia eu vi a luz, enfrentei desafios,

Senti frio e tu me aconchegaste a um colo quente.

Quando minha instintiva voz disse que eu estava com fome

Tu me deste um seio farto e generoso.

Quando eu tive medo do escuro, tu estavas junto de mim

E cantavas cantigas de ninar.

Quando eu quis entender o mundo

Tu me levaste à escola, ao teatro e me mostraste os dramas da vida.

Um dia eu cresci, quis ser poeta...

E foi para ti que escrevi um poema, um soneto, uma canção.

Mas a vida não é só poesia;

Ela tem gemidos, lamentos

E nesse instante não falta dos teus lábios uma palavra amiga,

Em meio aos turbilhões da existência.

Eu quis amar, ser amado,

E nessa busca encontrei tuas mãos, teus lábios, teu ventre.

Eu quis perpetuar a espécie

E me deste filhos para continuar a vida.

Minha casa, meu trabalho, a sala onde eu estudo,

Os lugares que frequento

Certamente não teriam a mesma graça

Se não fosse o toque de tuas mãos mágicas e maravilhosas.

Se não fosses tu, mulher,

A espargir alegria, carinho, compreensão,

Com tua sensibilidade e tua beleza,

O mundo com certeza seria inóspito;

E nós, pobres seres errantes,

A vagar mundo afora,

À mercê dos vendavais da sorte.

Tu és a maravilha do universo.

Fortaleza, 8 de março de 2003

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Os poemas ”Mulher”, “Aurora” e “As vozes dos animais”, todos deste autor, foram classificados em 1º lugar num concurso de poesias realizado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, no dia 14 de março de 2003.

Referência bibliográfica:

NAPOLEÃO, Nicodemos Gomes. Sonhos e Emoções. Fortaleza: Gráfica União, 2003, p-15

Nicodemos Napoleão
Enviado por Nicodemos Napoleão em 04/07/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1682007
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