Almas

Há em mim coisas que queria mudar

Há em mim coisas que queria manter

Mas, no fundo, a verdade

É que tudo o que quero mudar, mantenho

E tudo o que quero manter, mudo…

Porquê?

Às vezes, é estranha a forma

Como, dentro de um único corpo,

Podem habitar tantas almas,

E nenhuma ser melhor que a outra

É estranho como o certo e o errado

Se misturam dentro do ser

E formam uma mistura a que chamamos:

Humanos.

É estranho como o seguro e o inseguro

Batalham numa guerra sem fim

Usando o cérebro como campo de batalha

E o coração, inocente, como arma.

É estranho como, por vezes

Aquilo que mais odiamos,

é o que tendemos a ser

e não conseguimos mudar isso

É estranho como acabamos por sofrer

Seja qual for o caminho que escolhemos

E dizemos que o sofrimento nos faz crescer

Mas, se é para estar sempre a sofrer,

Porque crescemos?

E de um momento para outro

Conseguimos criar em nós

Mais uma alma

Diferente das que já tínhamos

Porque, as que temos, não chegam

Mas o mais estranho é sem dúvida

O facto de haver tantos, com tantas almas

E tantos outros

Sem nenhuma.

mconstantino
Enviado por mconstantino em 01/08/2009
Código do texto: T1730940
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