Minha alma não gêmea...
Minha metade me sorri na imagem
Que de mim vejo agora em meu espelho,
Reflexo que do meu eu faz-se dublagem
Na mímica que em meu ser emparelho.
Na dupla face, sou de mim a fêmea,
Vejo-me em cada jeito que sei ser meu
Porque o espelho, aos meus olhos, releu
Meu ser pra mim: a minha alma gêmea
O vítreo me refez, não mais me procuro
Não mais preciso de outra alma secreta
Ou me perder no mito de um ser obscuro
Na ânsia de não me pensar tão completa
Tudo habita no que de mim se fez.
Uma alma tenho, inteira já me refaço,
Quero outra, não igual no ser e na vez,
Inteira ela...nem lhe quero só pedaço.
Beijar uma alma gêmea nunca anseio,
Seria beijar a mim, no espelho comum.
O diferente já me atrai e me enleio
No desafio de sermos nós dois em um.