FOI-SE...

Até a luz do outono se esgotou...

Morreu o que nem foi. Ai! Dói-me o peito!

Não vejo mais a luz que me enluarou

Quando pensei que o mundo era perfeito...

Conspira tudo para meu desgosto...

Maneiras mil invento de sonhar...

Entanto, em cada dia, no meu rosto,

A gota de sal queima o meu chorar.

Com que tristeza a noite me aconselha,

Ao ver a taça que vazia jaz.

Já se apagou a última centelha...

Foi-se o meu sonho...Nada me refaz!

Nem medos, nem desejos, só o marasmo

De ter nascido de um acaso orgasmo.