Valerá a pena?

Sentar-me-ei aqui,

Na esquina da vida,

Onde escolhi ver o tempo,

Para analisar os pensamentos.

Meus e dos que comigo andam.

Saber se é demais para mim,

Ou se mereço esse fim.

Ser poetisa,

E ser na vida uma amadora.

Encontrar sonhos,

E dar a estes cores.

Desencontrar os meus,

Que longe dos teus...

Parecem anêmicos.

Perderam o branco da palheta

E com ele a Luz!

São praças sem crianças,

O cais sem naus e pescadores.

Escolas sem mestres.

E quem queira aprender.

O pico no inverno sem neve.

Seios fartos da mãe recente

E sem ter quem se alimente,

Casa grande

E nela não há quem habite.

Seria eu o invento dispensável?

Ou a poesia ainda vale a pena?

Denise Figueiredo

“ In Segredos

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