METAMORFOSE DAS LIBÉLULAS

Soletrar amor

Não significa afogar-me em baldes

De lágrimas multifacetadas

Não significa rever o revés da flor

Nem significa atar-me ao viés

Das borboletas desbucetadas

Tristes inócuas sem sal

Mas que com afeto e com carinho

Hão de sê-las (um dia) todas poetadas

Penetradas...

E suas lágrimas ser-nos-ão

Como as estrelas no céu

Soletrar amor

Não significa molhar-me em bacias

De paixões decapitadas

Não quantifica bebedar-me de frio e dor

Nem indica glorificar-me em unhas e pés

De queixumes multidecepados

Frouxos alienados sem açúcar

Mas que com afeto e com carinho

Hão de sê-los (um dia) todos poetados

Penetrados...

E suas lágrimas ser-nos-ão

Como as estrelas no céu

Porque

Soletrar amor

Não significa armar-me de frases e palavras

E depois joga-las ao vento

Ao precipício da garganta

Ou recolher-me ao vicio que encanta

Que é o ato de amar o amor das libélulas

Já que ao fim do gozo

Por respeito aos seus vassalos

Elas decapitam e devoram

Quem lhes gala...

E suas lágrimas ser-nos-ão

Como as estrelas no céu

Benny Franklin
Enviado por Benny Franklin em 14/07/2006
Reeditado em 05/09/2006
Código do texto: T193710