CONTOS DA LUA VAGA
Não canso de gritar
Que o sol é a noite coberta de dúvida
Que a noite é o vento
Embriagando-se nos desvalidos
Que os desvalidos são flores esfomeadas
Copuladas sobre poemas e homens
Que os homens são atômicos pecados
Que pecados não se cansam
De detonar sonhos...
E sonhos
Não se acham tão eternos
Como eternos são os sangues de açougues
Que se morrem devorando azougues -
E nem mais asseados são que W.C.
De fétido rendez-vous
Homens
São crápulas
Ou rábulas de quinta grandeza?
Ou são ardidos açoites
Em bundas de lânguida deja vous?
Sonhos
São escórias ou plânctons
De infectadas chicórias
A mercê de extrema Al Qaeda?
Ou são calos de radioativos espermas
A serviço de fogosa meretriz?
Homens e sonhos
Não podem ser maiores que a doce alma
Ou menores que a calma que impera
No cerne de meu computador
Sonhos e homens
Não podem ser soldados tombados da Onu
Tampouco terroristas que se imolam
A serviço de Allah
Homens são sonhos
E seus frutos são abençoados e tesudos...
Sonhos são homens
E seus corações não amolecem
Falos desnudos...
Porque
Homens e sonhos
Não são maiores ou menores
Que os santificados ovários
Das orquídeas selvagens
Porque
Sonhos e homens
Por si só já são sós
E seus dizeres
Não emudecem fomes
E nem eliminam sonhos
Do seio de minha coragem