Nunca se sabe...
...às vezes penso em fugir daqui
ir para um lugar distante
bem longe desse caos que me assola por dentro
...
às vezes pareço forte como um homem
suporto tudo
todas as adversidades
todas as ressacas que dá a vida
mas sou frágil como um menino
tenho medo de tudo
medo do mundo
de modo esporádico medo da vida
...
sofrida como não deve ser
minha prisão local
interna e mundana
tão real quanto o caos
trancafia-me nos porões do silêncio
da palavra nunca dita
do grito que não ressoa
sem arfar
pulmão
suspiro
...
parece que supero
quando
no máximo
suprassumo
guardo dentro de mim e sigo em frente
ninguém supera
...
um dia mundo esfacela
vida sofrida desembesta na ladeira
...
mas
o que você sentiu disso?
qual seu propósito?
que grito foi útil?
que palavra aliviou?
...
às vezes fujo daqui
vou pra instância do que se esconde
seja dentro de mim
em divagações nas imaginações mais sutis
seja no mundo
quando junto cacos e brilho em devaneios meus
...
quanto de mim se foi por aí
quanto sobrou
...
...
...
nunca se sabe...