Fuga poética...
Guardei versos em gavetas...
Fiz meu dia ter quarenta e oito horas...
Corri para lá... Corri para cá...
Ouvi músicas... Li muitos sonhos...
Mas só a poesia para me fazer
viajar enquanto estou estática...
Joguei rimas para o teto...
Fiz dos minhas noites de quatro horas
momentos de poemas imaginários...
Quis pegar uma folha... uma caneta...
e "dar à luz" às minhas emoções...
Mas as rimas não saíram do teto...
Mas só a poesia para me fazer
olhar as estrelas na minha varanda
e suspirar diante da minha ignorância...
Meu dia ainda tem que ter
quarenta e oito horas...
Minha noite ainda tem quatro horas...
Mas as rimas não mais vão para o teto
e não há mais versos guardados em gavetas...
As estrelas continuam a ser as minhas juízas,
mas agora tornaram-se minha cortina de luz!