A vida meu brinquedo

Flutuei, tive desejos,

Pensava que era o caminho,

Desloquei a linha do equador

Adveio o dolorido inconsciente

A nuvem que cobre todos os seres

Parecia –me mais próxima

O toque do vulnerável já não existia,

Tudo agora é divino.

Eu invencível?

Eu imortal?

O despertar do imortal,

Faz da vida um brinquedo.

Na veia corre a morte

Do sol vem o desgaste

Na mente rola o que os faróis de milha apontam,

E as caixas de som conseguem alcançar.

Não quero ver!

Não vou escutar!

Nem absorver, eu quero viver!

Meu prumo vai assentar!

Basta! Vá regar os seus jardins!

Jorrar sua água em outro lugar.

Minhas árvores crescem na razão dos céus!

Tudo agora não é divino?

Ah!!!... O profano em mim coabitava.

Transformado, já não há esse outro morador.

As nuvens? São nuvens.

Flores? São flores.

Amores? São amores.

Em mim não há mais temores.

A loucura fugiu porta afora!

Não agüentou, deu lugar ao consciente.

O vulnerável exultou, amou completamente.

O brinquedo quebrou? Não!!! Foi usado plenamente.