POEMA AMARRADO AO CAIS
Obrigado por haveres vindo,
ó Musa,
e trazeres estes fundos olhos
que cantam o codinome Futuro.
Minha pobre mágica tem, apenas,
o Presente e seus extáticos duendes.
Dou-te, apenas, um par (de brincos)
para que te açoite o vento,
beijando a orelha
entre o suor e o rosto.
Fermenta o mosto em suas bagas (safiras)
ao curso mínimo do tempo
(o único mago verdadeiro),
e o mar beija o caos,
lúdico e humano,
entre cochichos e cansaços.
O hotelzinho portuário
era um barco ancorado,
batendo, batendo.
– Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 35.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/23269
Joaquim Moncks
Enviado por Joaquim Moncks em 09/06/2005
Reeditado em 06/07/2011
Código do texto: T23269
Classificação de conteúdo: seguro
 | Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Joaquim Moncks). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. |