DESISTO, CAPITULO

há que esvaziar o copo

o cântaro

a mente

aplainar os problemas

passar as enchentes

levantar do divã

sustar o lexotan

por um tempo

e gritar gol

vitória (?)

beber de todos os venenos

e tornar-se antídoto

todo roto

todo feliz

o mendigo marca a estrada

com seu rastro

o mastro da bandeira

é a griffe do país

verde amarelo

meio terno meio infeliz

a raiz quadrada

a prova dos nove

a conquista

seleciona o máximo e o resto

cada qual de um lado

e todos para frente

o País se levanta

e esfola a garganta no grito

no aflito

da decisão

enquanto a vida à deriva

espera a segunda-feira

o carnê

a condução escassa

o bolso

tudo fica após a vitória

o gol.

um história se escreve

em breve espaços

o aço

o petróleo

o suor

o salário

uma nação que se revigora

em meio à batalha da mídia

do palanque

do ianque

doravante tudo será diferente de ontem

prometo

ou séculos avante

o mesmo grito de vitória

se repete

onde não muda

não conta no salário

hora-extra

a crítica

o técnico

o jogo

as máscaras

a ferida que se cura

depende mais de amanhã

do pós-tudo

quando voltar o ritmo lento

secular.

matar o mal

um leão todo dia

e gritar vitória então

mas apenas agora

neste momento

aliviar o tenso

gritar gol

bandeira

barulho

batalha

orgulho

penso, logo desisto

capitulo.