Na soleira das nuvens,
o vento beija meu rosto.
O carinho ligeiro, faceiro
me faz esquecer, por inteiro
o sabor do desgosto.

E o sonho distante, esquecido
renasce e volta, quando a alma se solta
ao afago sentido.

E eu fico escondido na soleira e no vento
viajando perdido, com meu pensamento.

Mas foi só um momento,
e a janela fechou,
enclausurou... minha alma em tormento.

E minha voz, que era quase um lamento
foi todo o alento
que eu pude sentir.

Vendo as nuvens partir.
                               Sem mim.



helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 20/07/2010
Reeditado em 21/07/2010
Código do texto: T2389942
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