Corpo desuniforme

Teu corpo é alostrófico,

gostaria alabastrino,

quem nasce aqui no trópico

engorda ou fica franzino;

mas não faço engorda imensa

na hora da segunda estrofe,

abaixo do crânio que pensa

cultivo alargado tórax;

mas a barriga afina

em verso hexa-silábico,

os lábios da menina

olho c’os olhos estrábicos.

Sois cabeça tronco e membro, poemeto;

nada sou sem teu sentimento forte;

sempre cumpro as juras que prometo,

a incoerência não ajuda a sorte.

No caminho sinuoso dessa estrada longa,

fui onde o acaso me quis levar de avião;

mas quem acreditar nessa farsa ou milonga

poderá bater com a cara lá no rés-do-chão.

Se o corpo

do poema é esquisito,

um copo é

pré-requisito.

Verás um monossílabo

de cinco sílabas

escandidas pelos lábios

de uma ladra;

ou fada se souber

a mágica do latrocínio

de ao oferecer a úbere

me tornar bem menos cínico;

pois peço sua atenção,

como pedinte a voyer,

que sente algum tesão

ao ler o poema que lê;

claro, apenas para numa fresta

olhar o poema acabado;

em ritmo de grande festa,

rock'n'roll, samba e xaxado.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 17/08/2010
Código do texto: T2442778
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.