Poeta Eterno (do Livro de José Paulo Nobre "O Anjo Disfarçado")
Quintana, vinhas pela Sete de Setembro;
ingressaste na Praça naquele dia opaco
parecendo carregar asas e, eu me lembro,
eram o forro descosturado do teu casaco...
Tal distração, Poeta Passarinho, permitiria
que percebêssemos a tua alada propensão:
além do trinado (a tua infatigável Poesia),
tinhas asas para te ergueres acima do chão...
Ah, imortal Quintana, Poeta, Poetíssimo
como poucos outros Poetas tem se mostrado:
grande no Ser e, no teu poetar, vastíssimo...
Poeta eterno, como o país tem te tratado;
Anjo Disfarçado, como te chamou Veríssimo;
Poeta Passarinho, como tenho te chamado...