PASSAGEIRA DO TEMPO

Deambulo no silêncio destes caminhos sem fim,

na floresta dos nossos amanheceres, dos nossos entardeceres,

dos nossos anoiteceres... onde te espero encontrar...

Sim...naquele mesmo lugar onde te vi chegar...

onde o verbo conjugado foi simplesmente...

Amar...amar...amar!

 

Agora, os olhares da aurora derramam pérolas de saudade,

que escorrem pelas pálpebras da minha ansiedade...

elas soltam-se no horizonte, na esperança

 de as sentires no coração da lua.

 

Observa o firmamento, não vês os cristais do meu olhar

reflectidos no luar?

 

Secretos sussurros pressentem-se nas brisas aveludadas,

são as melodias das nossas memórias encantadas,

entoadas nas lembranças das nossas emoções sagradas,

reencontradas... bailando no esplendor

das nossas almas enamoradas.

 

Cala a tua voz!...Não ouves o gorjeio das aves

que me levam nas suas canções?

 

E neste recanto do paraíso, envolto de tuas doces fragrâncias,

onde me adornaste a essência

com as mais belas flores do teu amor...

encontro o suave aconchego para a minha triste solidão.

 

Aqui permanecerei...aqui adormecerei...aqui sonharei sem dor

e quando o murmúrio das estrelas me despertar docemente,

anunciando o iluminado sorriso da tua chegada,

dar-te-ei a flor mais perfumada da minha amorosa alma...

 beijarei com amor tua divina presença...eternamente!