CORCEL DOS SONHOS

*Fanny*

No cúmplice luar das celestes madrugadas

sonhos galopam num prado de quimeras.

Ondas de estrelas mergulham num mar de ilusões...

livres...soltas...cintilantes...belas 

vestem o meu nostálgico olhar.

Posso agora contemplar a plenitude do Porvir...

aquele abençoado e predestinado Tempo ...

aquele fresco oásis por reencontrar...

perdido num vasto e árido deserto sem rotas

onde a Razão olvidou o lugar marcado!

Vai...Corcel dos Sonhos...

galopa incessantemente pelo imenso infinito...

Leva contigo estes imensos ventos de tristeza.

Traz-me de novo aquelas suaves ternuras

que emolduravam o meu sorriso de canduras

e enfeitavam a minha alma de flores... 

Vai... Corcel dos Sonhos...

elas estão suspensas nos mesmos caminhos

delineados pelos corações apaixonados...

Ternuras... agora amarguradas, embaciadas,

 apagadas pela rude Razão.

Vai ...galopa sem parar...

mas deixa-me ir contigo!

Quero apanhar os carinhos solitários...

que, eu mesma, perdida nos tristes ventos

larguei nas ondas daqueles mares...

cúmplices de uma despedida sem um adeus...