Paredes

paredes inclinadas, do infinito,

despencando perigosamente

de suas brilhantes estruturas

em cima de nossos ombros

cansados de cimento e grito...

Paredes, concretamente vestidas

dessa dureza e desse frio

que desafiam nossos sentidos,

derrubando nossos conceitos

e ameaçando nossas vidas...

Paredes... Paredes... Paredes...

Estendidas por todos os lados,

lá e cá, ali e acolá,

nos tolhendo, nos prendendo

em suas poderosas redes...

paredes que, por sua arte,

primeiro, nos aprisionam;

depois, devagar, aos poucos,

vão nos sugando, comendo,

até que, delas, sejamos parte...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 23/10/2006
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