Paredes
paredes inclinadas, do infinito,
despencando perigosamente
de suas brilhantes estruturas
em cima de nossos ombros
cansados de cimento e grito...
Paredes, concretamente vestidas
dessa dureza e desse frio
que desafiam nossos sentidos,
derrubando nossos conceitos
e ameaçando nossas vidas...
Paredes... Paredes... Paredes...
Estendidas por todos os lados,
lá e cá, ali e acolá,
nos tolhendo, nos prendendo
em suas poderosas redes...
paredes que, por sua arte,
primeiro, nos aprisionam;
depois, devagar, aos poucos,
vão nos sugando, comendo,
até que, delas, sejamos parte...