Vida moderna

Muitas vezes deitado na grama,

com as mãos cruzadas na nuca,

à sombra de uma árvore,

ele deitava em meu peito,

como se fosse o meu dono,

e adormecia.

Fazendo um pouco de esforço,

sentia o coração dele pulsar

sobre meu peito;

isso chama-se poesia, vida!

O simples é belo,

o simples nos transporta

para as verdadeiras paixões eternas;

As configurações e importância

que damos a vida moderna

deixa-nos longe

de almejarmos plenitude

e bem estar consigo.

Quanto vale, um emprego

quando vale uma safena?

Teria o mesmo preço

de uma tarde no campo?

Muralhas erguidas à nossa volta,

onde nós mesmos fornecemos

a argamassa;

Tijolo por tijolo, tiramos de nossa olaria.

Confortáveis padrões

ministrados além do consumismo

hoje se vê a cidade através do vidro fumê,

com ar condicionado, condicionando

nossas vidas à rebelião do capitalismo.

JorgeBraga
Enviado por JorgeBraga em 27/01/2011
Código do texto: T2754961