FELINAMENTE...
Ela um dia apareceu
Como um gato no quintal
Ronronou bem de mansinho,
Foi ficando coisa e tal.
Tinha os olhos cor da noite
E o sorriso de cristal,
Seu abraço era apertado
E seu beijo era fatal!
Depois do café servido
Apanhava o meu jornal,
Contava-me as falcatruas
Lá do planalto central.
Ela um dia apareceu
Como um gato no quintal
Ronronou bem de mansinho
E ficamos um casal.
Sempre ao cair da noite
Me contava suas proezas,
Que um dia foi atriz
E por um triz não foi princesa.
Na cama era uma serpente
Detestava o trivial
Conhecia o kama-sutra,
Do princípio ao final.
Me amou como ninguém
Jamais na vida me amou.
Tatuou-me em seu corpo
Que julguei ser seu amor.
Ela um dia apareceu
Como um gato no quintal
E como veio, sumiu,
Sem ao menos dizer tchau!
José Alberto Lopes®
2010