Um grito que ecoa nas paredes da alma

O corpo bêbado, os olhos sãos.

Bebi para esquecer as lembranças,

e elas vieram mais vivas.

Intensas, ativas.

O copo, ainda cheio,

a garrafa, agora no meio,

entorpecido, duvido

de tudo aquilo que creio.

Duvido da sorte, que perdi!

Duvido de mim, de quem esqueci!

Duvido da morte, com quem dividi

metade da vida que um dia vivi.

Metade da vida, dividida com a morte,

me faz tanta falta, agora,

que a minha metade já não se demora.

E o grito que ecoa

nas paredes da alma,

é o mesmo que soa

de uma vida que escoa

sem dores, rumores

sem trauma.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 30/03/2011
Código do texto: T2879440
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