Poema Adormecido

Poema Adormecido

O derradeiro poema desce

A tumbaem preto e branco

Coberto por uma lápide

Gelada, onde hibernam

Aforismos funestos que serão

Doravante regados pela chuva.

Era a vida cálida, bela e apaixonante

Agora resume-se a números e letras

E do lado de fora é só solidão,

Na escuridão fria só o tamborilar

Dos pingos da chuva quebra

A monotonia soturna da morte.

Alguem passa sobre o poema

Com passos miúdos e delicados é frágil

A vida que visita o poema adormecido,

Para sempre sob a lápide fria.

Pérolas lacrimais molham

O mármore branco e fazem

Brotarem flores na ultima morada,

Alguem chora o ultimo poema adormecido.