A Visita

A Visita

A visita chega de repente

Com um sorriso no canto da boca

Os olhos dois buracos escuros

E um ar de cobrador de impostos.

O meu jeito indiferente talvez a surpreenda

Mas não a tempo para os cumprimentos de praxe,

E já me pega pelo coração num abraço apertado

Sem me dar tempo de regatear.

Mas é melhor assim, essas visitas demoradas

Faz-nos sofrer e é inútil padecer.

Por isso nunca tenho nada para acabar de fazer,

Mas não te esqueças, oh morte!

Quando partires, leva-me de repente.