Amanhece o Dia
Amanhece o dia
E do parapeito
Da minha janela
Um pombo doente
Desiste da primeira
Revoada do dia.
O monoxido de carbono
Queima as narinas
E o raios de sol
Embaçados pela poluição
Não nos deixa ver a sutileza
Bruta dos blocos de concreto.
Amanhece o dia
E os desejos de liberdade
São substituidos pelo terror
Das tentativas de assalto
E o suicídio programado
No ar que se respira.
Segue-se oa longo
Do reinado do sol
As feridas abertas, expostas
Como uma ofensa
Aos olhos da natureza.
Amanhece o dia
E a beleza escondida
Nas salas aclimatadas
Treme de repulsa
A uma simples visão
Do mundo exterior.