Impulsos de ícaro!

Ah, Ícaro, Ícaro!

Filho de Dédalo e Néucrete!

Por que não ouviste a teu pai?

O sábio discípulo de Hermes e renomado inventor?

Sim, ele tinha a experiência dos mais velhos

E sabia te orientar com amor.

Ah, Ícaro, Ícaro!

Suas asas foram feitas com tanto esmero,

De leves penas coladas com a mais pura cera

Só assim que poderias às alturas voar.

Por que não foste mais prudente e teu pai mais severo?

Entre o céu e a terra, em segurança, podias ficar.

Não quiseste, Ícaro, escolher pela vida?

Por que foste aventurar-te rumo ao desconhecido!

Ah, Ícaro, Ícaro!

Filho de Dédalo, o engenheiro inventor e assassino.

No labirinto, no chão firme estavas a pisar.

Em voo livre, tu viste o céu azul como lugar mágico e divino.

Sonho antigo da humanidade a se alcançar!

Ah, Ícaro, Ícaro!

Força jovem para vencer limites.

Não vias os obstáculos diante de ti?

Ah, Ícaro!

Da breve história tua,

Não posso esquecer

de Dédalo e da prudência

da esperança de alcançar as estrelas

e nunca isso perder.

Ah, Ícaro!

Ícaro, Ícaro!

Autora: Luciane Mari Deschamps