Dama.

As luzes da cidade lampejam

brilham no horizonte, no fim da vista

E a lua grande,

bela, exuberante

adiante, no céu

já se empenha

Emitindo luz,

brilhando no céu,

como mel,como ametista...

Como a mais bela

dama do sarau

E o varal

das estrela tímidas,

Que da Lua

emprestam brilho mágico

E no encanto

do quadro divino

canta um hino,

vulgarmente falado

Declamado

em palavras as meias,

penteias os cabelos

do som trágico

Como a mais rude

dama da festa

É esta!

É esta a noite

que escolhi para viver

Meu instante

de tortura sublime

É o vento

que faz tão poeta,

é profeta,

de um tempo esquecido...

Fala alto,

e não tem mais ouvidos

Nem sentidos

à frieza do vime

Como a mais mórbida

dama da noite

E o açoite

Que lambe

a minha pele indolor

Dessa sombra

que me traz e que me leva

Esse medo de

ser eu mais que a Lua.

que nua,

se oferesse sorrateira...

Tão faminta...tão volúvel...

dissolúvel

onde há trevas

Como a mais atrevida

dama do quarto

E o parto

Mesmo sem

ter para onde

Sem me importar

com o momento

pois o instante

é que é a verdade

Da maldade que

é virtude da vivência

Que nem mesmo

a Lua morre

Mas escorre como

lágrimas de tormento

Como a mais doce

dama da madrugada.

Zezinho França

Zezinho França
Enviado por Zezinho França em 04/11/2011
Código do texto: T3316302