Dama.
As luzes da cidade lampejam
brilham no horizonte, no fim da vista
E a lua grande,
bela, exuberante
adiante, no céu
já se empenha
Emitindo luz,
brilhando no céu,
como mel,como ametista...
Como a mais bela
dama do sarau
E o varal
das estrela tímidas,
Que da Lua
emprestam brilho mágico
E no encanto
do quadro divino
canta um hino,
vulgarmente falado
Declamado
em palavras as meias,
penteias os cabelos
do som trágico
Como a mais rude
dama da festa
É esta!
É esta a noite
que escolhi para viver
Meu instante
de tortura sublime
É o vento
que faz tão poeta,
é profeta,
de um tempo esquecido...
Fala alto,
e não tem mais ouvidos
Nem sentidos
à frieza do vime
Como a mais mórbida
dama da noite
E o açoite
Que lambe
a minha pele indolor
Dessa sombra
que me traz e que me leva
Esse medo de
ser eu mais que a Lua.
que nua,
se oferesse sorrateira...
Tão faminta...tão volúvel...
dissolúvel
onde há trevas
Como a mais atrevida
dama do quarto
E o parto
Mesmo sem
ter para onde
Sem me importar
com o momento
pois o instante
é que é a verdade
Da maldade que
é virtude da vivência
Que nem mesmo
a Lua morre
Mas escorre como
lágrimas de tormento
Como a mais doce
dama da madrugada.
Zezinho França