AH! SE ELA CHEGASSE

E se de repente

Ela chegasse à porta

E não pedisse licença

Fosse entrando e desenhando alegria

Se ela chegasse rompendo silêncios

Não respeitando o escuro

Fosse acendendo fósforos

Semeando estrelas

Deixando o vento espalhar a poeira

Se de repente

Ela chegasse pela manhã

E me pegasse no sono

Ou no banho

E fosse dizendo o que dizer

Não respeitando a métrica

A geografia e a matemática

E nada fizesse sentido

Não tivesse rima

Sonoridade

E mesma assim eu fosse obedecendo

Cegamente

Querendo aquilo mesmo

Ah! Se ele viesse logo

Loucamente

E me pegasse de jeito...