Fina Moldura (Anderson Julio)

Olha a tarde!

Por mais que eu queira,

não haverá outra maneira

que não seja ser feliz.

Tua boca entre aberta

é o fim da superfície deserta

em que andei até aqui.

Vem!

Me diz o queres

e faz o que bem quiseres

do sol que cai.

Porque ele ainda vai

se encontrar com a lua,

onde assim flutua

no horizonte pintado

em cor de ternura,

e com fina moldura

a cercar tua doçura.

O perfeito se avizinha

com a tua pele

junto da minha.

Minhas mãos sem calos

a dançar em tuas costas,

e minhas propostas

nos doces resvalos

de tuas respostas.

A tarde vai

como que numa redoma

e a noite vem

e traz teu aroma.