A ESTRELA DO POETA
“Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
Passa, ave, passa e ensina-me a passar”! (Alberto Caeiro)
*****
O poeta passa,
Cabisbaixo,
Batendo a asa
Ao compasso
Da sua desgraça.
Insípidos olhares
Recusam-se a fitar
Os ares,
Preferindo fixar
Os seus umbigos.
O poeta, no seu voar,
O que apenas faz
É cantar
A paz,
E questiona, como foi capaz
De criar
Tantos inimigos?!...
E o poeta voa
Entre distantes universos,
Afastando sonhos perversos
Pois só existe gente boa
Nos seus versos!...
Ah voa!...
Poeta voa!...
Ensina-me a voar!
O teu voo nunca é à toa
E o sonho que queres passar,
Na Terra há-de ficar.
A tua mensagem
É Luz!...
Igual à imagem
Daquela bela
Estrela
Sobre a gruta de Jesus!
(08/11/2006)