MANO DO PANDEIRO, LEVA UM SAMBA PRA MIM - Sobre Mr. Taborilin Man
Mr. Taborilin Man é uma célebre canção de Bob Dylan, o maior poeta do rock. Abaixo eu fiz uma versão da letra com muita liberdade, mas sem fugir do tema, tentando transformar a poesia num rap ou num repente. Numa homenagem a um amigo da Brasilândia, pus o nome de “Mano Luiz do Pandeiro” neste arremedo de versão, muito própria, abrasileirada, mas respeitosa a intenção orignal.
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Ei meu irmão do pandeiro,
Leva um samba pra mim
Eu não estou com sono
Nada pra fazer, leva sim
Não há lugar melhor que aqui
Ei, Luiz do Pandeiro
Leve um samba pra mim
Eu não estou com sono
E não tenho aonde ir
Ei, mano do pandeiro,
Toque um som pra mim
Eu sei que a noite é longa
O mar faz da pedra areia,
E ela vai pelos vãos das mãos
Faz esse som que eu aprecio
Pois não estou com sono
E o abandono repousa em mim
Meu cansaço me espanta
Ele marca os meus pés,
Não há ninguém pra replicar
Às indagações tantas
A rua vazia e fria, nada fala
Não há razão para se calar, samba aí.
Tira essa realidade da frente
Faz magia, cria um mar e navio, enfim
Meus sentidos clamam
Não marque, siga em frente
Estou entorpecido
A dura realidade é assim
Não espero milagres, nada
Estou aqui na real
Pronto para viajar no som e curtir
A canção de suas mãos
O feitiço que toda música canta
Eu prometo seguir o encanto, sim.
Ei Luiz do Pandeiro
Leva um samba para mim,
Eu não estou com sono
E não há lugar aonde ir.
Mano do Pandeiro
Leva um samba aí,
Que a manhã é outro dia
Leva um samba, assim
Vamos, você pode me faz rir
Até que loucamente o sol desponte
No horizonte e para todos
A quem trabalha e a quem sonhe
No céu é certo, não há cercas
Facas, chacinas
É você no couro
E eu com meu estoque de rimas
O seu pandeiro agora
É como um palhaço maltrapilho
Sem pagamento
Uma sombra serena
Num deserto incerto
Ei mano do pandeiro
Leva um samba pra mim
Eu não estou com sono
E não nada mais tenho a fazer.
Luiz do Pandeiro
Leva um samba para mim,
Para o amanhã não ser só selva
E eu possa ver vida
Sem relva e neblina.
Então me leve neste som
Não me deixe no meio da fumaça
Nos labirintos da mente
Nessas ruínas do tempo
Sementes que ficam
Nas folhas e nos pensamentos
E que tanto assombram
Passado presente
Como árvores ao vento
Numa praia deserta
Onde moram loucura e tristeza.
Deixe eu rimar com o tantan do couro
Sob um céu brilhante
Dançarei com as mãos no ar
Silhueta à beira do mar
Rodeado pela areia e brisa
Só com as memórias e o destino
Pulsante sob as ondas.
Deixe-me esquecer esse momento
Até que o amanhã risque o céu
Ei mano do pandeiro
Leva um samba para mim
Luiz do Pandeiro
Leva essa canção do povo, assim
Eu não estou com sono
E nada mais tenho a fazer
Ei mano do pandeiro
Leve esse samba aí pra mim
E que na manhã, novo momento
Esse nosso canto forte ecoe por aí