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DESOLAÇÃO

Em meio ao nevoeiro
deste mês de fevereiro,
eu me perco - náu sem rumo,
ando à deriva, sem prumo,
sem saber do que foi ontem,
mal enxergo o amanhã.
O horizonte, atrás dos montes,
não me situa e a lua
nas nuvens desaparece
não atende às minhas preces,
pouco importa que eu chore,
que por sua luz implore
- súplica inútil e vã.
Perdi-me de mim e comigo,
já não possuo um amigo,
que me ampare, me guarde
e me proteja dos ventos,
até dos meus pensamentos
a me embaçarem a retina,
pobre, triste Colombina,
há muito perdeu seu afã.
Ausência de todos, de tudo,
ó mundo imenso, tão mudo...
Onde estás, estrela minha,
tu eras o bem que eu tinha,
mas te apagaste, sumiste,
por isso prossigo triste,
nada vejo do teu brilho
iluminando este trilho
onde caminho sozinha
murmurando ladainhas.

Te procuro... só escuro...
Estrela de Aldebarã!

Inspirado no belíssimo poema de Deley "Corpo-Entrega-EScuro"
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdetristeza/3498757