Você e o Corvo

Você e o Corvo

A lápide negra que parece

Brotar do solo é gélida como

Os olhos do corvo

Que nela se equilibra.

O canto da ave é como

Uma nênia,em louvor

Ao habitante do sepulcro

Confirmando a símbiose.

O passeio fora do habitat

Leva-o as portas do limbo

Onde o espera o guardião negro

De asa abertas.

Agora tens a companhia

Constante da ave de rapina.

Mas o que ela vigia? Tua alma,

Ou o repasto do dia a dia?

Texto do livro Meninos e Bois (inédito)