POEMA PROSA DA FLOR FORMOSA
Quando a rosa amena, se encontra com a azálea,
Chora em seu ombro, à soluçar, a flor poema.
Com intensidade, chora sentida, e desencantada.
Inveja a vida, que se espraia livre, da margarida,
Às margens de estradas infindas.
Inveja todas as flores, as mirradas e as feias,
As pluriformes, inominadas, marias sem-vergonha,
Ou, mesmo, as francas orquídeas, tão lindas.
Que benção, então, seria (pensa a rosa),
Não ter o peso de tal beleza.
E, que não existissem amantes ou os poetas,
Que lhe quisessem atribuir alguma precisa serventia,
Para as inefáveis artes da humana sedução:
- De que vale ser, assim, tão bela, como sou,
Se permaneço escrava desta inata condição!