A PROVA
Esta face marcada de sinais, é a prova de
que não desisti.
Mesmo os barcos vazios, o carro solitário,
a casa estranha
Aos meus olhos, demonstram o quanto
ainda busco Deus.
O rosto talvez não dure tanto quanto a
angústia de ver
A mesma lua, a mesma cerca, as praças
de minha infância
Já amarelada, que construíram o homem que
sou ou que não sou.
Mas Deus está em mim, em mim que sou
curto de paciência,
Em mim que grito e esperneio e digo que
detesto esta cidade.
Talvez a avenida vazia seja a expressão mais
crua de mim mesmo.